terça-feira, 15 de abril de 2008
Corridas Inesquecíveis - Gp austrália 1986 - Desesseis....
Muito se falou sobre a decisão do campeonato de 2007, entre Kimi, Alonso e Hamilton e assim tornou-se impossível não lembrar de situação semelhante ocorrida há 22 anos na Austrália. Eu disse semelhante. Jamais igual...
Naquela época o circo era mais suntuoso, exuberante, com mais brilho. Poderia passar horas relatando aqui as diferenças entre a F-1 daquela época e a dos dias atuais. Mesmo assim, cabe a mim, como admirador do esporte, passar àqueles jovens que hoje contemplam o automobilismo um pouco do que senti, como torcedor, no tão falado GP da Austrália de 1986.
A começar pelos pilotos que disputavam aquele campeonato que eram verdadeiras celebridades com personalidades exacerbadas as mais diversas. Era impossível imaginar um chefe de equipe ordenando a cessão de uma posição a pilotos como Piquet, Mansell, Prost, Senna, Rosberg, entre outros. Jamais se arriscariam pois sabiam que lidavam com grandes talentos que jamais admitiriam tal submissão. Como disse Berger: “Fórmula 1 era coisa pra macho”.
As rodas se tocavam nas retas, os assoalhos raspavam o chão levantando faíscas pois o efeito solo era permitido, os motores turbo comprimidos despejavam 1200 cavalos sobre uma transmissão manual com embreagem acionada por pedal, enfim, como Gerard disse, coisa pra macho. Sinceramente, jamais vi, naquela época, aquelas letrinhas amarelas na parte inferior da tela dizendo que o carro 1, 2, 5, 6 ou 12 estavam sob investigação. Ah! Ah! Ah!
Então, no dia 26 de outubro de 1986 o campeonato chegava à sua última etapa com três pilotos na disputa pelo título: Piquet, Mansell e Prost. A temporada havia sido muito competitiva, principalmente entre as equipes Williams e McLaren, que tinham os melhores carros. Senna e sua Lotus preta e dourada eram os únicos “intrusos” naquela linha de fogo que contava ainda com Keke Rosberg. Ayrton esteve na disputa até a penúltima prova e largou na terceira posição, se colocando entre as Williams e as McLarens.
Mansell fez a pole seguido por Piquet, Senna e Prost. Keke Rosberg, companheiro deste, largou em sétimo.
Mansell pulou na frente enquanto Piquet patinou no lado sujo da pista. Ayrton pulou para segundo e Rosberg para quarto, deixando Prost em quinto. Três curvas depois Senna passou Mansell e assumiu a ponta. Piquet veio no vácuo e passou Mansell deixando Rosberg, que tentava passá-lo, encaixotado atrás do inglês. Logo em seguida Rosberg passou Mansell e Piquet passou Senna. Tudo isso apenas na primeira volta da corrida de decisão do campeonato. Oito ultrapassagens entre os seis primeiro que completaram o primeiro giro na seguinte ordem: Piquet, Senna, Rosberg, Mansell, Prost e Berger. Aí pergunto aos amigos: tem comparação? rsss.....
Eu tenho certeza de que poderia parar a narrativa na primeira volta, mas Rosberg passou Ayrton na curva seguinte e depois por Piquet na volta de número quatro. À essa altura Alain já havia ultrapassado Mansell que parecia ter problemas com pneus.
Piquet então rodou e perdeu a terceira posição para Mansell. O sortudo francês assumiu a segunda posição mas fez uma desastrosa parada para troca de pneus. Mais de dezessete segundos.
Assim, o “Leão” Nigel Mansell assumiu a ponta. Entretanto, foi logo ultrapassado por Piquet no fim da reta. Uma ultrapassagem perfeita em que Nelson freou, como diz o outro, “pra lá de Deus me livre”.
Com precisão cirúrgica, o “Professor” Alain fez seguidas voltas rápidas e logo alcançou e passou Mansell. Este, por sua vez, com a nuvem negra que o acompanhava, teve o pneu traseiro esquerdo estourado no fim do retão. Saiu da prova e abandonou a disputa mas sem antes deixar de exibir o talento que lhe era peculiar ao segurar a Williams a 300 km/h naquelas condições.
Com receio de que Piquet sofresse um acidente com problemas iguais aos de Mansell, Frank Williams ordenou que Nelson entrasse nos boxes para mais uma troca. O sortudo e competente Prost então estava lá, no lugar certo e na hora certa para assumir a primeira posição. Piquet tentou recuperar-se mas já era tarde demais para evitar o segundo título do quatro vezes campeão e cinco vezes vice-campeão do mundo Alain Prost.
Momento histórico que presenciei pela tv, naquela madrugada.
E aí amigos? Contaram as ultrapassagens? Só entre os seis primeiros, aqueles seis que cruzaram a linha na primeira volta, foram dezesseis durante toda a corrida.
Em tempo: Johnny Dumfries era companheiro de Senna na Lotus. Era apenas uma cara rico que chegou à equipe com grana para ajudar. Mas vale à pena, só pra sentir um pouco do que era a F-1 daquela época, assistir a imagem da câmera on-board no carro dele em Adelaide, naquele ano, assim como a de Ayrton em Mônaco, também com a Lotus 98T Renault.
Até a próxima meus amigos.
Um grande abraço!
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2 comentários:
Entao...Igualzinho hoje!!rs
Até arrepiei de ler o texto...
Parabéns!
Bjs
vídeos bacanas!!!
Cara, quando penso nos pilotos qe ali estavam, putz...sem comentário. Senna e Keke apenas como coadjuvantes nesta disputa.
Abs
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