Antes cabe uma reflexão sobre os principais pilotos candidatos ao título baseado na temporada de 2007:
Massa: Muito rápido em apenas uma volta lançada, foi o piloto que mais largou na pole. Nesse quesito ele é melhor que Raikkonen. Também é mais aguerrido, sempre partindo pro ataque e não se conformando com posições intermediárias. Faltou a ele o domínio completo das corridas. Domínio do início, meio e fim. Imaginar, nos mínimos detalhes, todas as possibilidades possíveis diante de uma forma ou outra de guiar. Planejamento cerebral, ou quem sabe, faltou Ross Brown.
Existem pilotos muito habilidosos, outros calculistas, uns mais frios, outros destemperados. Entretanto, a característica que diferencia os pilotos bons dos extra-séries é a capacidade mental. A força da mente. Quem tem mente forte resiste, persiste, não erra e vence. Quem não tem, dá sopa pro azar.
Haikkonen: Frio (óbvio), constante e “sem sal”. Faz o dele e deixa acontecer. Parece dar pouca importância para tudo mas é rápido e erra pouco. Com um carro bom vai sempre chegar lá. Ganhou o título com a ajuda de Felipe mas parece que a Ferrari e o público do automobilismo já têm uma tendência a dar a Haikkonen o status de primeiro piloto. O início da temporada será vital. Se Kimi colocar frente nas quatro primeiras provas, já era.
Alonso: É o mais completo piloto da atualidade. Sabe acertar o carro, é rápido, constante e tem mente forte. Só peca por reclamar muito de coisas pequenas. Aquela reclamação que culminou com uma discussão com o Massa é coisa de... bebê chorão. Imagine se por causa de uma disputa com um leve toque como o que houve os pilotos da década de oitenta fossem dar “piti”. A FIA seria uma comissão de reclamações. Um piloto que ousasse tomar tal atitude, no mínimo seria chamado de metro sexual.
Apesar de tudo, ele não amarelaria como Hamilton.
Hamilton: Foi bem doutrinado, bem encaminhado, bem preparado e entrou na F-1 pela porta da frente guiando um carro de ponta. Tal fato jamais ocorreria na década de oitenta. As equipes grandes eram tomadas por pilotos de experiência e campeões mundiais. Para ter um lugar ao sol tinha que ser muito bom, extra série. Pilotos como Capelli, Naninni, entre outros, eram excelentes e não saíram de equipes intermediárias. Pois bem. Hamilton teve tudo do melhor e, na hora da verdade, se perdeu. O que foi aquele momento dele com seu pai, na pista de Interlagos, antes da largada? Ambos estavam se sentindo pressionados. Era visível! Faltou ao Ron Dennis chegar pra ele e dizer: “Oh! Você freqüentou o pódio em 90% das corridas deste ano. Você só precisa chegar em quinto. Esqueça o Kimi e o Alonso! Corra pra você!” Mas não. O garoto largou e, com o ego exacerbado, não podia permitir que Alonso o passasse. Aí pensou que o Alonso era algum motorista de trator, sem qualquer menosprezo pela classe, e cometeu a ousadia de tentar passá-lo por fora no fim da reta oposta de Interlagos. Nem minha avó faria isso! Que ele é bom não se discute. Mas compará-lo a Senna e Schumacher é desrespeito a estes.
Heidfeld: O “pentelho encravado” da Ferrari e da McLaren. Se der mole ele está ali. Pronto pra te pegar. É a “Cuca” do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Excelente. Rápido e determinado. Se bobearem ele pega uma vaga nas grandes equipes no ano que vem.
Nico: O filho do grande “Leôncio” guia bem. Merece respeito.
O restante agente espera pra ver.
Assim sendo, em 2008 espera-se que Felipe consiga ser constante e equilibre o duelo com o Haikkonen, que certamente está mais entrosado com a equipe e o carro.
Hamilton será o piloto a ser batido. Mas acredito numa melhor evolução da Ferrari durante o ano devido à maior experiência do time.
Alonso vai correr por fora junto com Heidfeld.
A Williams de Nico fortalecerá o time acima e estará logo atrás das Ferraris e McLarens.
Nelsinho tem que ganhar experiência e aprender com Alonso. Mas tem que revelar o filme! Mostrar a que veio para que saia da sombra de Alonso o quanto antes e caminhe com as próprias pernas.
Rubens é a maior vítima do fim da era dos campeões. Emerson, Piquet e Senna. O Brasil do futebol e do samba engordou a torcida do automobilismo, anestesiado pelos milagres de Domingo. A era acabou em 01 de maio de 1994. Rubens foi pra Ferrari com Schumacher, o último herdeiro de uma geração sem precedentes, e sepultou sua carreira. Agora correrá atrás daquele que será seu único recorde: O de GPs disputados.
Vettel e Bourdeux deverão ser as revelações.
Até o fim de semana em Melbourne.
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