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quarta-feira, 26 de março de 2008

Corridas Inesquecíveis - Gp Brasil 1988 - Há 20 anos...

Hoje é a estréia da coluna "Corridas Inesquecíveis".

Lembro-me como se fosse ontem. Após quatro temporadas na F-1, uma delas em uma equipe pequena (Tollemann) e as três outras guiando um carro potente, instável e beberrão (Lotus), Ayrton Senna estreava pela McLaren, em 1988, guiando o modelo MP 4/4, ao lado do ilustre tetra campeão mundial Alain Prost.Eu estava nas arquibancadas do Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá, mais especificamente no setor T, de frente para o fim da reta oposta e, como todos que lá estavam, aguardava ansiosamente a largada. As McLarens eram bem superiores e Senna fez a pole, seguido por Nigel Mansell com a Williams. Minutos antes da largada Prost, em terceiro, fora beijado pelo folclórico “Beijoqueiro”.
Tudo parecia perfeito até subirem os giros dos motores. Ayrton então acenava com os braços sinalizando algum problema. Seu motor havia apagado. Pela regra, Senna teria que largar em último, dos boxes. Banho de água fria? De forma alguma. Após a luz verde e todos os carros passarem pela saída do pitlane, Senna enfim larga. Maurício Gugelmin com sua March não andou mais que 200m. Piquet, com sua Lotus Camel “amarela” fazia milagres lá na frente após ter ganho a quarta posição. O grid contava ainda com Patrese, que abandonou, Alboreto e Naninni, que fez linda ultrapassagem sobre aquele na saída da curva dois, Boutsen, Capelli e Berger, entre outros, que também faziam parte daquele elenco. Enquanto isso Alain, “Rei do Rio”, passeava em primeiro. Ayrton Senna então iniciou uma daquelas suas famosas corridas de recuperação. Ao passar na reta oposta, logo na primeira volta, já tinha ganho cinco posições. E assim se sucedeu até chegar nos ponteiros. Passou por Alboreto e numa belíssima e arriscada manobra, Senna ultrapassou Boutsen e Warwick no fim do retão. Todos esperavam que ele fosse aguardar uma melhor oportunidade mas ele arriscou tudo e deixou-nos em pé e apavorados sobre as antigas arquibancadas de madeiras e tubos do Autódromo de Jacarepaguá. Assumida a quinta posição, o próximo seria Piquet, em quarto. Naquela época de transição, a torcida brasileira já se encontrava
em polvorosa com as proezas de Senna e um tanto enfadonha com a aspereza de Piquet. Torcidas divididas à parte, o que poucos ali tinham consciência era de que participavam de um momento histórico e que dificilmente se repetirá na F-1. Dois tricampeões mundiais brasileiro juntos. Dois grandes expoentes do automobilismo em todos os tempos. Voltando à corrida, Senna passou Piquet, também no fim da reta oposta, mais uma vez na minha frente. Com o abandono de Mansell e com a demorada troca de pneus da Ferrari de Berger, Senna assumiu a segunda posição antes mesmo da metade da prova.
O próximo seria Prost. Seria, porque Ayrton recebeu a bandeira preta pelo empurrão que seu mecânicos deram em seu carro para fazê-lo pegar por ocasião do pit stop. Prost venceu facilmente, Berger chegou em segundo e Piquet, que havia voltado do pit stop na quinta posição, enriqueceu o pódio em terceiro.
Saí do Autódromo muito feliz, diante do show de Senna e do pódio de Piquet. Poderia ter sido melhor? Sim, poderia. Como foi a dobradinha brasileira Piquet/Senna, no GP Brasil de 1986. Eu também estava lá, mas aí é outra inesquecível história.




2 comentários:

Alexandre Massi disse...

Eu não sabia q o beijoqueiro tinha aparecido nesta corrida. Se vocês quiserem fazer uma troca de links entre nossos blogs, só dar um toque. Por email (alex_massi@hotmail.com) ou via blog (www.blogdomassi.blogspot.com) Abraços e sucesso

Alexandre Massi disse...

Link tá lá já. Abraço

Fiz uma menção em um post ao blog de vocês. Abraço